A Quaresma é o período em que a Igreja Católica adentra ao silêncio profundo. É tempo de Conversão, é tempo de Misericórdia, é o tempo em que Cristo bate em nosso coração para dizer que ainda vive em muitos calvários. Neste período, é possível escutar com mais intensidade Jesus Cristo dizendo: “Tenho Sede” (Jo 19,28). O período quaresmal é um convite para que enxerguemos o Cristo que nos fala pelo sofrimento dos irmãos.
Recordemos ao nosso coração que na quarta-feira de cinzas quando fomos marcados pelas sagradas cinzas ouvimos: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 12-15). Este convite à conversão sinaliza que não podemos apenas passar pela quaresma, é preciso viver a quaresma, isto é, devemos nos curvar à penitência que nos leva a vivermos a grande “ superação da violência e promoção pela Paz”, afinal, “somos todos irmãos”. No entanto, só nos sentimos homens e mulheres da paz” quando nos deixamos ser tocados pelo tempo quaresmal que nos motiva à Oração, ao Jejum e a Esmola.
Por meio da Oração temos a oportunidade de nos aproximarmos de Cristo e com este gesto “descobrir” qual o projeto que Ele tem para nossa vida. Somente por meio da Oração somos capazes de perceber aquilo que está nos afastando de Deus. Temos também o Jejum, algo tão discutido na Igreja e, por vezes, incompreendido, não nos basta abster dos alimentos, Cristo deseja mais, o verdadeiro Jejum consiste no relacionamento gratuito, partindo deste princípio: o Jejum torna-se a fonte do meu desprendimento, tudo aquilo de bom (materialmente) que porventura eu irei abster, certamente irá de encontro aos irmãos. O verdadeiro Jejum é aquele que permite que nossa vivência seja direcionada a Deus. O Jejum é uma forma de demonstrar que o nosso relacionamento com Deus é maior do que às coisas do mundo presente, o Jejum não pode ser visto e vivenciado como um castigo, mas sim, uma forma para ser preenchido puramente da graça de Deus, além do mais, é necessário frisar o que nos fala Jesus Cristo: “Quando jejuardes, não vos mostreis tristes como os hipócritas; porque eles desfiguram os seus rostos, para que os homens vejam que estão jejuando”(Mt 6,16). Obedecendo a Cristo, sejamos então alegres, sejamos sinais da bondade.
Vale ressaltar que o Jejum só é aceito na experiência de sermos cristãos, se este for direcionado a santa Esmola, é preciso que meu gesto de jejuar seja transformado em CARIDADE e encontro PESSOAL com o Cristo, sem este crescimento transformador é certo que apenas passaremos pela quaresma, e a nós, devemos viver o Tempo santo da quaresma de forma prática. Desta forma iremos olhar sempre para o presente, acreditando que teremos em Cristo a Páscoa Eterna.
Seminarista Roberto de Santa Teresa de Calcutá
Muito interessante, esclarecedor o artigo: EM DECORRÊNCIA DA DOGMATICIDADE, O DIREITO CANÔNICO É DIREITO OU TEOLOGIA?
Faltou nome do autor, ou nao identifiquei. De quem é?
Obrigada!
Olá Maria Célia. Muito obrigado pela leitura e colaboração.De fato faltou o autor, já corrigido. Volte sempre em nossa página.