Primeiro bispo: Dom Serafim Gomes Jardim (1914-1934)
Segundo bispo: Dom José de Haas (1937-1956)
Terceiro bispo: Dom José Maria Pires (1957-1965)
Quarto bispo: Dom Altivo Pacheco Ribeiro (1966-1973)
Quinto bispo: Dom Silvestre Luiz Scandian (1975-1981)
Sexto bispo: Dom Crescenzio Rinaldini (Dom Enzo) (1982-2001)
Sétimo bispo: Dom Dario Campos, OFM (2001-2004)
Oitavo bispo: Dom Severino Clasen, OFM (2005-2011)
Nono bispo: Dom Marcello Romano (2012-2020)
Administrador Apostólico: Dom José Carlos Brandão Cabral (2020 - 2021)
Décimo bispo: Dom Esmeraldo Barreto de Farias (2021 -)
-
Primeiro bispo: Dom Serafim Gomes Jardim (1914-1934)
"Diariamente, podia se ver o bispo descalço,
pisando na lama, sempre levando palavras de consolo.”
Dom Serafim Gomes Jardim nasceu em 07-09-1875 dentro da circunscrição de Diamantina. Foi ordenado sacerdote e, 1º de junho de 1901, sendo sagrado bispo de Araçuaí no dia 20 de setembro de 1914, tomando posse na Diocese em 18 de outubro do mesmo ano. Logo de início, demonstrou grande zelo pastoral, desprendimento e ardor missionário. Em 1915 fundou o primeiro externato do Colégio São José e um jornalzinho intitulado “O Pão em pedacinhos”. Neste mesmo ano fez, a cavalo, sua primeira visita pastoral. Vale lembrar que a Diocese abrangia os territórios que hoje constituem as Dioceses de Teófilo Otoni e Almenara. Na direção da Bahia, chegava até Salto da Divisa e, na direção do Espírito Santo, até Mantena, cognominada de zona contestada. Visitou também os índios Maxakali em sua própria aldeia, na paróquia de Teófilo Otoni. Corajosamente, construiu o majestoso prédio, onde funcionou até 1928, o internato e o externato do referido Colégio. Edificou novo Palácio Episcopal, porque sua primitiva residência fora cedida às Irmãs Franciscanas Penitentes Recoletinas holandesas, recém-chegadas ao Brasil em 1926, graças à iniciativa e entendimento diretos que manteve com a Casa-Mãe, na Holanda, para a fundação do Colégio Nazareth, que até hoje é marco na região. Enfrentou, audaciosamente duas grandes enchentes. 1919 e 1929. Na última, ele perdeu totalmente os prédios do Colégio São José, da Catedral e do Palácio Episcopal. A sua solidariedade para com os flagelados foi marcante: percorria a cidade para consolar as vítimas. Diariamente, podia-se ver o bispo descalço, pisando em lama, sempre levando palavras de consolo. -
Segundo bispo: Dom José de Haas (1937-1956)
“Como vigário, construiu a matriz e o convento dos franciscanos.”
Dom José de Haas nasceu em Eersel (Holanda) em 04 de janeiro de 1877. Foi ordenado sacerdote em 1902. Veio para o Brasil em 1906, chegando em Araçuaí em 1912. Em 1913 foi designado oficialmente vigário da paróquia Santo Antônio. Em 1937, foi sagrado bispo de Araçuaí após a transferência de Dom Serafim como arcebispo de Diamantina. Compareceram, nesta celebração, o núncio apostólico, vindo do Rio de Janeiro, o arcebispo de Diamantina e o bispo de Montes Claros. Imbuído de zelo apostólico, com colaboração assídua e despretensiosa, Dom José foi sempre uma das figuras marcantes do clero. Como vigário, construiu a matriz e o convento dos Franciscanos. Juntamente com Dom Serafim, foi à Holanda solicitar a presença das irmãs em Araçuaí. Em 23 de abril de 1926 chegaram as seis mulheres corajosas que iniciavam , no Brasil, a história da Congregação das Irmãs Franciscanas Penitentes Recoletinas. Foram as irmãs: Amália, Angélica, Aquilina, Beatriz, Boavida e Guilhermina. Chegaram a Araçuaí para fundar o Colégio Nazareth, cumprindo um longo e difícil percurso que, acompanhadas do Frei José de Haas, fizeram o trajeto de Engenheiro Schnoor para Araçuaí, a cavalo. O Colégio Nazareth foi sempre um orgulho para Dom José de Haas, que o considerava como a pupila de seus olhos. Com o auxílio do povo e da prefeitura, Dom José realizou inúmeras obras: o Hospital São Vicente de Paulo (Caridade), Casa do tuberculosos, Pão de Santo Antônio, abrigo de crianças e idosos na Fazenda Paraná. Fundou ou Patronato dos Menores São José. “O Patronato tinha o objetivo de acolher meninos pobres. As oficinas eram: ladrilho, telha francesa, tipografia. – criou o jornal denominado Nosso Jornal.” (Entrevista Luiz Gonzaga). Pela sua sensibilidade para com os pobres e deserdados, ele era chamado como “pai dos pobres”, acolhendo com atenção todos aqueles que vinham procura-lo. Um gesto lhe era peculiar: colocar a mão na cabeça de cada pessoa e dizer: “Ó filhinho(a)!” Com muito fervor, acompanhava todo o percurso da procissão do Santíssimo, apesar da saúde debilitada. Existe uma novena que os estudantes faziam na cripta de Dom José com o objetivo de receber as graças, ou seja, a aprovação escolar. Logo após, foi inaugurada a escola Dom José de Haas tendo-o como protetor dos estudantes. Entrevista – Deycula Araújo Silva). Faleceu no dia 1º de agosto de 1956. Fez questão de morrer em Araçuaí. Suas últimas palavras foram: “Senhor, quero sofrer por amor de Vós, que vos dignastes sofrer por amor de mim.” Seus restos mortais encontram-se na catedral de Araçuaí. -
Terceiro bispo: Dom José Maria Pires (1957-1965)
“Demonstrou um dinamismo muito grande. Impregnado de um entusiasmo contagiante para o “Movimento para um mundo melhor.”
Lema: Scientiam Salutis. A ciência da Salvação.
Nasceu em 15 d emarço de 1918, Córregos, município de Conceição do Mato Dentro (MG). Sendo nomeado pelo Papa Pio XII, bispo de Araçuaí, tomou posse no dia 12 de outubro e 1957. Oriundo do clero de Diamantina, desde o início do seu pastoreio, demonstrou um dinamismo muito grande, impregnado de um entusiasmo contagiante para o “ Movimento por um mundo melhor”. Sua primeira iniciativa foi a fundação do “Seminário Menos Rural Diocesano” de São José e Nossa Senhora da Lapa. Foi reaberto com o apoio e a colaboração de algumas professoras que assumiram a maior parte das aulas e ajudaram na disciplina e no acompanhamento dos seminaristas. Ainda vivem em Araçuaí uma dessas pioneiras, uma mulher que dedicou toda a sua vida à promoção das pessoas, Maria Emília Fulgêncio. Posteriormente, iniciou a construção do Seminário novo, que teria um outro destino, funcionando como “Escola do Bispo” HAGROGEMITO. Em 1959, ele iniciou um contato com a Diocese de Bréscia (Itália), solicitando padres missionários para trabalharem no futuro Seminário, época do Papa João XXIII. Foram eles: Pe. Crescênzio Rinaldini (Dom Enzo), Pe. Egídio Ferrari e Pe. Constatino Carrera. Dom José, popularmente conhecido como Dom Zumbi, teve influência decisiva na criação da Diocese de Teófilo Otoni, desmembrada de Araçuaí em 1960. Com adivisaão da Diocese, foi possível dedicar mais tempo à Araçuaí. Em visita pastoral à paróquia de Rubim, encontrou o ex-seminarista Felipe Aranha. Sendo portador de poliomielite, esse foi convidado, por Dom José, a retornar ao seminário. A sala da residência episcopal foi adaptada de modo que Felipe pudesse circular, em sua cadeira de rodas, de maneira independente. Ainda nessa mesma época, e visita ao Santo Padre, João XXIII, Dom José levou um pedido dos padres, ou seja, que os mesmos fossem dispensados do Breviário aos domingos e dias de preceito. Davam como razão terem, nos domingos, que celebrar três missas, em lugares diferentes, com jejum eucarístico, para atenderem aos fiéis e isso se tornava difícil e penoso. Apresentando o problema, o Papa respondeu da seguinte maneira: “Diga a seus padres que eu, hoje, já rezei o Breviário todo e rezei também o Rosário. Se eu, Papa, posso fazer isso, seus padres também podem rezar o Breviário todo cada dia.” Transmitida a resposta, concordaram e tiraram forças do exemplo do Santo Padre para continuarem, mesmo com sacrifício, a rezar integralmente o Ofício Divino de cada dia. Sobre a reconstrução do Seminário, após a enchente, o Papa, nesta visita, prometeu ajudar. Pouco tempo depois de regressar à Diocese, Dom José Maria Pires recebeu uma carta da Nunciatura com um cheque de US$20.000 com o seguinte bilhete: “Contribuição pessoal do Santo Padre para a construção do seu Seminário.” Em outro momento fez contato com Udine (Itália) ordenando dois jovens padres: Silvano Nobile, atual pároco de Águas Vermelhas e Pe. José Lávia (in memorian). Após o Concílio em 1965, ele foi transferido para o Nordeste, como arcebispo da Paraíba. Depois de um profícuo trabalho missionário defendendo os pobres, os “Sem Terra”, às vezes sendo ameaçado, lançou sementes promissoras de coragem e vida nova. Mesmo como bispo emérito, presta relevantes serviços à igreja no Brasil. Atualmente com seus 95 anos, passou a residir na comunidade dos Jesuítas em Belo Horizonte. -
Quarto bispo: Dom Altivo Pacheco Ribeiro (1966-1973)
“Era um homem inteligente, culto e zeloso.”
Pertencia ao clero diocesano de Juiz de Fora, mas veio transferido para Araçuaí da Barra do Piraí e Volta Redonda (RJ). De início, foi constatada saúde frágil e debilitada. Era um homem inteligente, culto e zeloso. Tomou posse exatamente quando estava em pleno vapor a reforma da Igreja, no mundo inteiro: época pós-conciliar. Parecia uma pessoa tímida. Apesar de suas limitações, apoiou e incentivou os primeiros cursos de renovação, como curso da “Lúmen Gentium” e outros. Foi muito marcante a “Mensagem dominical”, escrita por ele, lida religiosamente nas comunidades sem padres – início das CEBs. Consciente de seu problema de saúde, renunciou sete anos após sua posse, passando a residir em Juiz de Fora. Entrando em decadência, veio a falecer anos depois. -
Quinto bispo: Dom Silvestre Luiz Scandian (1975-1981)
“Na enchente de 1979, ajudou a reconstruir a cidade,
doando terrenos para construção.”
Lema: Virtute Spiritus Sancti – Na força do Espírito Santo.
Religioso na Congregação do Verbo Divino, veio de Monte Alto – Jaboticabal, da arquidiocese de São Paulo. Apesar de ter exercido seu pastoreio em tão pouco tempo, merece atenção: - sanou a dívida da Diocese para com o INPS, através de donativos recebidos da sua Congregação na Europa; reformou a Catedral e casas velhas adjacentes, onde hoje funciona o centro diocesana pastoral; na enchente de 1979, ajudou a reconstruir a cidade, doando terrenos para construção de 690 casas, abrigando um total de 3450 pessoas. O trabalho foi feito em mutirão; Promoveu as primeiras Assembleias diocesanas, das quais saíram os primeiros planos pastorais; trouxe para a Diocese a Renovação Carismática Católica; defensor dos Direitos Humanos (época da ditadura militar); trouxe missionários de sua congregação e italianos (leigos missionários) que prestaram valiosos serviços à Diocese; incentivou a criação da Diocese de Almenara, em 1982;foi o fundador da Cáritas Diocesana de Araçuaí em 1979. Antes de sua nomeação como arcebispo de Vitória (ES), em 1981, passou por um grande sofrimento com a morte repentina e brutal de Pe, Luizão. -
Sexto bispo: Dom Crescenzio Rinaldini (Dom Enzo) (1982-2001)
“Foi um pastor incansável, pé no chão, que marcou
sempre presença nos momentos difíceis da Diocese.”
Lema: Expectamus Novam Terram - Buscamos Nova Terra.
Chegou no Brasil em 1960. Atuou como pároco, professor e diretor do Seminário. A sua última paróquia foi Itaobim, quando em 1980, resolve regressar a Bréscia, sua Diocese de origem. Depois de dois anos é nomeado bispo de Araçuaí. Foi um pastor incansável, pé no chão, que marcou presença nos momentos difíceis da Diocese. Prestou relevante serviços: - Deu continuidade às Assembleias promovidas pelo seu antecessor; - Reabriu o Seminário Diocesano e os Cursos de segundo grau e Filosofia. A educação foi a mola propulsora do seu projeto, quando abriu (com a grande contribuição do Colégio Nazareth ) a escola técnica HAGROPE-HAGROGEMITO, acreditando que os jovens desta região poderiam ser instrumentos de transformação no Vale e no mundo. - Reconstruiu e ampliou o Centro Diocesano; - Conseguiu abrir o primeiro canal de televisão na cidade. – TV Araçuaí e adquirindo a concessão da Rádio Vale Fm 96,7. Dom Enzo não quis mais voltar a sua pátria. Preferiu ficar no Brasil até a morte. Um momento crucial de sua vida foi a morte inesperada do Pe. Mário Uzan, ordenado, recentemente pelo próprio Dom Enzo. Como bispo emérito, permaneceu uns oito anos em companhia de Dom Dario e Dom Severino. Faleceu em 24 de outubro de 2011. O seu corpo encontra-se na catedral ao lado de Dom José de Haas, dois grandes missionários estrangeiros que abraçaram a mesma causa na evangelização: educação. -
Sétimo bispo: Dom Dario Campos, OFM (2001-2004)
“Melhorou a estrutura da Cúria diocesana do Centro de Pastoral.”
Lema: In Manus Tuas - Nas Tuas Mãos
Dom Dario Campos, capixaba, Provincial Franciscano, nomeado no mês de junho. Querendo conhecer o clero de Araçuaí, surpreendentemente, chega a Comercinho no dia 04/08, porque naquele dia, encontraria os padres reunidos em ocasião da ordenação do Pe. José Paulino. Foi assim a sua 1ª revelação à nova Diocese. Foi acolhido como bispo coadjutor em 25 de novembro de 2000. A sua posse foi no dia 08 de agosto de 2001. Iniciou com grande entusiasmo o seu pastoreio. - Visitou rapidamente a Diocese toda; - Melhorou a estrutura da Cúria diocesana do Centro de Pastoral - Celebrou a sétima Assembleia Diocesana. Foi um grande defensor dos padres. Fez questão de ter, em sua residência, uma sala de estar para receber bem os padres e oportunamente recrear. Em agosto de 2004 foi transferido pela Santa Sé à Diocese de Leopoldina. -
Oitavo bispo: Dom Severino Clasen, OFM (2005-2011)
“Deu muita atenção ao Seminário, inclusive abrindo o Curso de Teologia.”
Lema: Acolher e Cuidar.
Dom Severino Clasen OFM, catarinense de origem, dotado de profunda espiritualidade e de uma notável capacidade administrativa, deu impulso à Diocese na pastoral. - Criou a OFS (Ordem Franciscana Secular); - Foi provedor militante do HSVP (Hospital São Vicente de Paulo), dedicando-se e arrecadando recursos para a manutenção do mesmo; - Deu muita atenção ao Seminário, inclusive abrindo o Curso de Teologia. - Apoiou as redes de comunicação da Diocese. Em 2011 foi transferido para a Diocese de Caçador (SC). -
Nono bispo: Dom Marcello Romano (2012-2020)
“Tem demonstrado grande apreço à liturgia,
organização, disciplina e atenção ao povo.”
Lema: Fazer o Amor ser amado
Dom Marcello Romano, mineiro, de Conceição do Mato Dentro, foi ordenado Bispo no dia 08 de setembro em sua cidade natal. Sua posse como Bispo de Araçuaí ocorreu em 16 de setembro de 2012. Dotado de espírito franciscano, traz como lema do seu pastoreio “FAZER O AMOR SER AMADO.” O longo desses anos conduzindo o rebanho de nossa Diocese tem feito a experiência de assumir o trabalho pastoral por tempos curtos em várias paróquias por ocasião de falta de padre. Foi pároco em Itinga, Jenipapo de Minas, Leme do Prado, Novo cruzeiro e Comercinho. Demonstrou grande apreço à liturgia, organização, disciplina e atenção ao povo. O Santo Padre acolheu no dia 25 de março de 2020, o seu pedido de renúncia ao governo pastoral da diocese de Araçuaí (MG). -
Administrador Apostólico: Dom José Carlos Brandão Cabral (2020 - 2021)
A partir do dia 25 de Março de 2020, com a renúncia de Dom Marcello Romano ao governo da Diocese de Araçuaí, o Santo Padre, Papa Francisco nomeou Dom José Carlos Brandão Cabral, bispo diocesano de Almenara (MG), como administrador apostólico nesta diocese. Ficou a frente da Diocese até a posse de Dom Esmeraldo Barreto em 6 de fevereiro de 2021. -
Décimo bispo: Dom Esmeraldo Barreto de Farias (2021 -)
Dom Esmeraldo é natural de Santo Antônio de Jesus (BA). Nasceu em 4 de julho de 1949. Seus estudos filosóficos foram concluídos na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Teologia no Instituto de Teologia da Universidade Católica de Salvador. Foi ordenado presbítero no dia 9 de janeiro de 1977, na diocese de Amargosa. Sua nomeação episcopal aconteceu em 22 de março de 2000, para a diocese de Paulo Afonso (BA) onde permaneceu até 2007. De 2007 a 2011 foi bispo de Santarém (PA). E nesse mesmo quadriênio (2007-2011) foi presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em 30 de novembro de 2011, foi nomeado arcebispo de Porto Velho (RO). Em 18 de março de 2015, foi nomeado bispo titular de Summula e auxiliar da arquidiocese de São Luís do Maranhão. No mesmo ano, foi eleito presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, cargo que ocupou até maio de 2019. Seu lema episcopal é “Levanta-te e anda” (At 3, 6).